Can Anna find love in the City of Light? Anna is happy in Atlanta. She has a loyal best friend and a crush on her coworker at the movie theater, who is just starting to return her affection. So she's less than thrilled when her father decides to send her to a boarding school in Paris for her senior year. But despite not speaking a word of French, Anna meets some cool new people, including the handsome Étienne St. Clair, who quickly becomes her best friend. Unfortunately, he's taken —and Anna might be, too. Will a year of romantic near misses end with the French kiss she's waiting for?
Review:
Vou só começar por referir que a outra capa é horrenda e eu prefiro esta.
Quanto ao livro em si, não podia estar mais satisfeita pela sugestão. Foi uma das histórias mais encantadoras que já li e, como não costumo ler muitos contemporâneos, foi uma boa introdução ao género.
Habitualmente, o tipo de contemporâneo que leio tende a ser mais voltado para temas como a auto-descoberta, quase sempre livros que se voltam muito para o crescimento de uma única personagem. Para ser sincera, gostei mais deste e achei que as páginas transmitiam uma frescura que impele a ler rapidamente.
As personagens são interessantes e originais. Identifiquei-me muito com a Anna que é uma blogger e publica reviews sobre filmes. As paixões dela cativaram-me e as inseguranças dela são-me familiares. Adorei ver o crescimento da personagem e reconheci até alguns dos preconceitos dela que se encontram tão facilmente quando lidamos com outras culturas.
O Étienne é um doce. Honestamente, as minhas expectativas em relação a homens estão a ficar mais altas que a Torre Eiffel e o St. Clair contribuiu, sem dúvida, para isso.
A autora fez um exclente trabalho com o protagonista masculino, não apenas pela questão do carisma, mas também por tê-la tornado credível. Os defeitos e fraquezas afastaram-no da idealização com que tropeçamos tantas vezes neste tipo de livro. Ele é um rapaz normal com fobias que o tornam extremamente real. O seu aspecto físico também é um ponto positivo, pois é um aspecto físico sem grandes extravagâncias (estou um pouco farta dos olhos cor de pedra preciosa) e o facto de ele ser mais baixo do que a Anna também quebrou o estereótipo.
Gostei de ver diversidade no tipo de corpo, na cor da pele, na etnia e na cultura de cada um.
Em relação à plot, é leve e rápida, tem muitos momentos engraçados e românticos, mas também consegue tocar o coração do leitor. Teve alguns twists que eu não esperava e o final foi agradável.
Penso que houve uma certa tendência de ver a Europa de um ponto de vista demasiado exótico. Alguns dos preconceitos em relação a esta ou aquela nacionalidade não foram desfeitos e, embora concorde que Paris é uma cidade encantadora, gostaria de ter visto menos idealização. É uma pena que os estereótipos entrem neste ponto, quando pareceram tão bem desfeitos no que toca às personagens.
Recomendo este livro a toda a gente e tenciono impingi-lo com frequência!
Classificação:
4 out of 5 stars
Sinopse:
Dimitri gave Rose the ultimate choice. But she chose wrong...
After a long and heartbreaking journey to Dimitri's birthplace in Siberia, Rose Hathaway has finally returned to St. Vladimir's-and to her best friend, Lissa. It is nearly graduation, and the girls can't wait for their real lives beyond the Academy's iron gates to begin. But Rose's heart still aches for Dimitri, and she knows he's out there, somewhere.
She failed to kill him when she had the chance. And now her worst fears are about to come true. Dimitri has tasted her blood, and now he is hunting her. And this time he won't rest until Rose joins him... forever.
Review:
Óptima continuação depois da desilusão que foi Blood Promise!
Este volume começa logo a um ritmo rápido e não guarda as emoções para as cenas finais.
A Lissa brilhou particularmente neste livro. A entrega dela, o perigo ao qual se submeteu pela Rose...foi bom ver os papéis trocados e, por esta altura, é-me impossível não sentir orgulho e admiração pela Lissa. A sua personalidade bondosa cria um bom balanço com a da Rose e é cativante.
Gostei do papel de Christian, por conta da cooperação entre ele e a Lissa. Foram ambos espantosos (ps.: I'll always be Team Christian).
Até agora, este foi o melhor da saga e dar-lhe-ia mesmo um quatro-vírgula-qualquer-coisa se o Goodreads deixasse. A Richelle tem uma maneira extraordinária de interligar eventos e manter o suspense. Todas as intrigas fizeram sentido para mim, a maneira de encaixar plot points uns com os outros foi irrepreensível.
Não gostei da cena mais íntima do livro. Ele irritou-me. Não vou entrar em muitos detalhes, mas gosto que o sexo seja retratado de forma responsável e a insistência dele não caiu bem.
Como disse no último livro, penso que a série vai tornando-se gradualmente mais obscura.
Muitas coisas mexeram comigo e, na verdade, isso é positivo.
Não estava nada à espera do final e estou ansiosa por saber como será a conclusão desta saga que, apesar de ter vários defeitos, não deixa de ser viciante.
Classificação:
4 out of 5 stars
Sinopse:
Twenty-seven-year old Anne Elliot is Austen's most adult heroine. Eight years before the story proper begins, she is happily betrothed to a naval officer, Frederick Wentworth, but she precipitously breaks off the engagement when persuaded by her friend Lady Russell that such a match is unworthy. The breakup produces in Anne a deep and long-lasting regret. When later Wentworth returns from sea a rich and successful captain, he finds Anne's family on the brink of financial ruin and his own sister a tenant in Kellynch Hall, the Elliot estate. All the tension of the novel revolves around one question: Will Anne and Wentworth be reunited in their love?
Review:
Para mim, é sempre um prazer ter livros de Jane Austen à disposição. Gosto bastante do estilo da sua prosa e os seus temas agradam-me, bem como as personalidades retratadas nos seus livros.
Embora não tenha sido o meu preferido da sua autoria,Persuasão aplacou o desejo que eu tinha há vários meses de tornar a ler Austen e, como de habitual, não me desiludiu.
Não tenho realmente muito a dizer, excepto que gostei. Anne não é a minha protagonista favorita, mas não deixa de ser agradável e, ao longo do livro, há um desfile de personagens secundárias que não deixam de ser distinguíveis umas das outras. Embora as atenções sejam centradas em Anne, a peculiaridade caracterizadora das restantes personagens torna-as boas e nunca sinto que estejam presentes apenas para encher o papel.
Senti que o ritmo foi um pouco mais lento do que estou habituada e, como já referi, este não é o meu favorito, mas é um romance que certamente voltarei a ler e que recomendo vivamente.
Classificação:
4 out of 5 stars
Sinopse:
It's springtime at St. Vladimir's Academy, and Rose Hathaway is this close to graduation. Since making her first Strigoi kills, Rose hasn't been feeling quite right. She's having dark thoughts, behaving erratically, and worst of all... might be seeing ghosts.
As Rose questions her sanity, new complications arise. Lissa has begun experimenting with her magic once more, their enemy Victor Dashkov might be set free, and Rose's forbidden relationship with Dimitri is starting to heat up again. But when a deadly threat no one saw coming changes their entire world, Rose must put her own life on the line - and choose between the two people she loves most.
Review:
Esta review vai ser mais pequena que as anteriores, mas em compensação a classificação é mais rechonchuda.
Vampire Academy é aquela saga que primeiro estranhou e depois entranhou. Comecei a gostar da Rose e a Lissa tomou um papel um pouquinho mais activo na série ou, pelo menos, comecei a gostar mais dela também. O Adrian também já faz parte do pacote, embora ainda não esteja muito apegada a ele.
Gosto que a morte do Mason não tenha sido nem esquecida, nem em vão. Gosto da autora ter inserido um stress pós-traumático (eu sou estudante de letras, perdoem qualquer imprecisão) na Rose, porque acho um tema interessante de retratar e gostei tremendamente das cenas de luta.
A cada livro que passa, vou gostando mais das cenas de acção, na verdade. E conhecer os Strigoi tem vindo a aumentar a tensão, a tornar o factor do medo mais saliente.
Como eu tenho uma ligeira queda para os temas da insanidade ou paranormal, isso ajudou a que tenha gostado mais deste volume. E, claro, o desfecho trágico partiu-me o coração.
O que me incomodou foi a maneira como a protagonista utilizou da sedução para atingir os seus fins. Este tipo de jogo incomoda-me sempre, particularmente quando há triângulos amorosos à mistura. Na verdade, eu adoraria que a autora não tivesse ido por um cliché tão recorrente e criado um triângulo amoroso na série. Achei desnecessário, especialmente por não ser o primeiro.
Ainda assim, foi interessante ver a Rose tomar um caminho diferente e estou ansiosa por ver o que está por vir, agora que tudo foi irremediavelmente alterado e que parece não haver forma das coisas retornarem ao normal.
Classificação:
4 out of 5 stars.
Sinopse:
Emma Putnam is dead, and it's all Sara Wharton's fault. At least, that's what everyone seems to think. Sara, along with her best friend and three other classmates, has been criminally charged for the bullying and harassment that led to Emma's shocking suicide. Now Sara is the one who's ostracized, already guilty according to her peers, the community, and the media. In the summer before her senior year, in between meetings with lawyers and a court-recommended therapist, Sara is forced to reflect on the events that brought her to this moment—and ultimately consider her own role in an undeniable tragedy. And she'll have to find a way to move forward, even when it feels like her own life is over.
Review:
Thanks to Netgalley for providing me with an advance reader copy in exchange of an honest review.
This was mind blowing.
I struggled all my life with bullying and always had (and still have) self-esteem problems. I knew people like Emma who were called "sluts", because we're raised to believe that sex positive girls are sinners. I have hated much more than I have loved and I don't know if I would ever be capable of forgiving something like this. As you can imagine, this book speaks to me on many levels.
This story was told by the bully point of view so my first instinct was to pick it up, just by the boldness of the author. I had problems at first, but once I started reading I engaged in the book and I found it really quick to read.
I felt the necessity to hate Sara because she is a bully, but instead I was pushed to her side of the story and I had to live in her world, to see things by her eyes. I didn't love her, of course, but I didn't quite hate her.
I didn't get to know Emma, but all the mean things they did to her felt very real and vivid. I can only imagine the nightmare she was living.
One thing that annoys me in TV shows and some books is that they don't seem to understand what bullying is really about. I've never heard of anyone shoved down the toilette, yet I always see it as a movie cliché about bullying. This kind of bullying, however, was believable. What I'm trying to say is that I identify with some situations and I could totally see it happen at my former highschool. It felt real and that's what made it so powerful and terrifying.
I like uncomfortable books and I think I should read them more often because they show things differently. I've read somewhere that the most frightening villain is the one you can identify with. I understood the rushing Sara felt, everytime she thought she was in control. The fact that I understood it made me sick.
I also liked Carmichael because he was in the middle of things. He wasn't one of the bullies but he wasn't exactly the hero. He was the boy who got close to the killer and he showed Sara that looks can be deceiving.
Of course I'm not trying to defend Sara, but she was definitely a character that got under my skin. It felt good to see her deal with the consequences of her actions, like a little personal revenge of mine. At the same time, seeing her regretting things and finally understanding how awful was her behavior just made the final way better.
I can understand why many people will give up on this book or not give it a try at all. And, yes, it was frustrating seeing Sara as this egocentric person that couldn't realize how mean she was. But life isn't pretty and not all criminals feel remorse.
Anyway, I'm very pleased for having the opportunity to read this book and I highly recommend it. It talks about some serious problems that happen way more often then we realize.
Classificação:
4 out of 5 stars
Sinopse:
London. 1880. In the slums of Spitalfields apprentice blacksmith Luke is facing initiation into the Malleus Maleficorum, the fearsome brotherhood dedicated to hunting and killing witches.
Luke’s final test is to pick a name at random from the Book of Witches, a name he must track down and kill within a month, or face death himself. Luke knows that tonight will change his life forever. But when he picks out sixteen-year-old Rosa Greenwood, Luke has no idea that his task will be harder than he could ever imagine.
Review:
Thanks to Netgalley for providing me with an advance reader copy in exchange of an honest review.
Pretty, pretty cover. Interesting synopsis. I liked the figures in the beginning of each chapter too (the bird, the locket, etc).
The idea behind the books was good. A secret brotherhood, Luke's power...it all drew my attention. Also, the beginning was quite great with the ritual of knife, fire and hammer.
The characters weren't greatly detailed, they didn't have much of a personality and Rosa was pretty flat, to be honest. But I liked Luke, he was ok. The most frustrating thing about this was Rosa's inaction - she was a witch who barely used her powers and let everyone abuse her.
Sebastian is a truly evil character. You couldn't like him even if you wanted; but why would you, anyway? He's controlling, possessive, abusive...There's also the mystery about his little sister and his mad mother. I would like to know more about them and I'm hoping the next book will give me some answers.
Minna was interesting and I'm also hoping to see her again. Her friendship with Luke was cute and I'm glad they didn't become a love triangle as I feared at first.
This story has a lot of animal abuse, some of it done by Sebastian and those were the most shocking parts of the book. It also deals with forced marriages and the pressure that young girls at that time suffered. Rosa supposedly has to marry in order to save her family from poverty and her father's house, which is full of memories of him.
I understand she felt bad about letting Matchenham be sold out, since it had so much meaning to her but was it really so imperative that she married to save it? Sometimes, the characters reasons didn't felt strong enough to justify their actions.
The love between Rose and Luke was too sudden. They barely knew each other and just because she was all so pretty, he didn't feel capable of killing her and considered dying himself to save her.
It was predictable and had a lot of cliches. The boy was hot and had hazel eyes (hazel eyes are becoming almost a necessity in all YA books), the girl was a damsel in distress who did nothing to save her own skin and was too weak to be consider a good protagonist. I don't mean she had to kick ass in order to be awesome or anything, but she was merely a puppet throughout the story and I still don't know anything about her - apart from her love for animals.
This sounds like I didn't like the book at all but I did, I really did! I'm just advising any future reader not to wait for lots of action and totally fleshed out characters, because you won't find them. But, it's an amusing story. I enjoyed myself reading it and, hey, cliches exist for a reason, right? They work sometimes.
This is a light reading for sure, but I felt the need of keep reading it. I liked the story, the century in which it takes place and the concept of a witch finder who can read the witches auras, as the magic floats around them. As I said before, Luke is a good character and even if it's a slow paced story, it's still a compelling romance (it's way more about romance than paranormal).
So, I'm sorry, I can't really tell you why but I liked it. It was beautifully written, it made me want to read many chapters at once and it didn't bored me at all. I know most people don't recommend it but I do.
Classificação:
4 out of 5 stars
Sinopse:
Mara Dyer doesn’t think life can get any stranger than waking up in a hospital with no memory of how she got there. It can.
She believes there must be more to the accident she can’t remember that killed her friends and left her mysteriously unharmed. There is.
She doesn’t believe that after everything she’s been through, she can fall in love. She’s wrong.
Review:
Resolvi que devo escrever uma review, ainda que pequena. Sou demasiado preguiçosa para organizar algo com pés e cabeça, se não for para o NetGalley, então cá vai:
Vou começar com as personagens. A minha favorita é a Mara, foi ela que me fez querer pegar no livro e foi ela que me fez continuar a lê-lo.
A Mara Dyer (pseudónimo requerido pelo advogado, embora nós não fiquemos a saber o porquê) sobreviveu à derrocada de um asilo abandonado. O namorado, a cunhada e a melhor amiga não. Três dias depois, ela acorda de um coma e está tudo virado de cabeça para baixo. Ao longo da história, nós somos confrontados com duas opções a) Mara é louca ou b) Mara está a ser assombrada.
Não há um grande desenvolvimento da personagem, para ser sincera. No entanto, a narração é feita na primeira pessoa e o livro tem um teor bastante misterioso, o que acho que pode ter contribuído para isso.
Anyway, acho bastante divertido lidar com este tipo de protagonista. Um narrador unreliable é o meu tipo favorito de narrador, fim. Gosto da Mara porque posso estar sempre a saltar da cabeça de uma adolescente sã para a cabeça de uma adolescente psicótica, nunca se sabe.
Ou então, gosto dela porque sim. Paciência, é a vida.
Depois, temos Noah Shaw, o interesse romântico. Teve momentos em que gostei dele, mas honestamente passava bem se não houvesse nenhum interesse romântico no Unbecoming.
Aliás, wow, que personagem principal tão mais interessante que poderíamos ter se não existisse romance ou se o romance tivesse um papel menos proeminente na narrativa! Estou a ter tantas ideias, a Michelle devia ouvir-me.
Noah é um mulherengo, arrogante, podre de rico e que tira notas máximas a tudo, embora a atenção às aulas seja nula. Ahah.
Ele tem duas caras, isso é verdade. Há uma dualidade de carácter e não acho que esteja tão pouco desenvolvido quanto já ouvi dizer. O problema do Noah é que uma das caras é demasiado perfeita e ofusca qualquer traço de realismo que ele possa ter.
É uma personagem muito exagerada, muito idealizada. Há gente arrogante no mundo real, não é isso que me incomoda e a actividade sexual dele não me assusta, só não acho que fosse necessário dar-lhe tantos atributos ao mesmo tempo. De vez em quando, eu pergunto-me se a Mara não estará realmente louca e ele não fará parte do imaginário dela. Eu sei que não encaixaria exactamente na plot, mas era mais credível do que o órfão rico, mimado, arrogante, mas tímido e apaixonado, doce, génio aborrecido, etc...
Com isto, não quer dizer que não o suporte. Na verdade, adoro as cenas entre os dois e reconheço que eles têm química, mas a loucura das fãs passa-me um bocado ao lado.
O segredo dele fez-me torcer um bocadinho o nariz, primeiro porque a descrição me pareceu familiar e depois porque eu preferia que a autora não tivesse ido por ali.
Quanto às restantes personagens, eu gosto delas como gosto daquela minha colega de curso que vejo uma vez por semana, mas parece sempre muito simpática. Elas são minhas conhecidas, mas não chegam a ser minhas amigas ou inimigas. Não há desenvolvimento suficiente para conhecê-las e algumas são bastante...básicas?
Vamos à história, agora:
Apesar das personagens terem as suas falhas e a escrita não ser nada por aí além, apesar das falhas e das escolhas mais óbvias, The Unbecoming of Mara Dyer tem uma das melhores estruturas que já li. E quando digo "melhor", refiro-me à que mais me entretém e não exactamente à mais brilhantemente executada.
O livro deu-me aquilo que eu queria. Eu queria ler sobre asilos em ruínas, espíritos e a questão da sobrenaturalidade ou falta de sanidade mental. A razão de ter ficado tão fã da estrutura foi exactamente a sua morbidez e eu acho realmente que é isso que concede originalidade à obra.
Claro que também houve partes que não apreciei, caso contrário isto seria um 5 e não um 4.
1. O Slut Shaming - Seriously, este livro está cheio de slut shame and, well, it's a shame.
Repitam comigo: O valor de cada pessoa não está minimamente relacionado com a sua experiência sexual (ou falta de);
O facto de uma rapariga nunca ter feito sexo (não vamos falar em virgindade, porque virgindade não passa de um conceito e eu não falo de coisas que não existem) não a torna automaticamente numa santa e o facto de uma rapariga gostar de fazer sexo não a torna uma vilã. Sexo é bom, é natural e toda a gente merece respeito, independentemente de praticá-lo ou não;
Catalogar a lista de parceiros sexuais de alguém não é uma "boca bem mandada", é um acto de mesquinhez e demonstra falta de maturidade - sim, personagem X, estou a olhar para ti e nota que eu até ia com a tua cara.
1.1. Novamente, a ideia de "sou inexperiente, vou espalhar a palavra de Deus" e "sou experiente, vou fazer campanha pelo senhor do submundo" é errada e demonstra preguiça! A Anna é a rainha do cliché, óbvio, mas isso podia passar na revisão se o slut shaming não fosse um instrumento para fazer a personagem dela parecer mais vil. Não quero saber com quantos dormiu, se lhe apetece ser maléfica, eu vou odiá-la à conta das suas acções. E, hm, o Noah não a quis então ela virou a Cruella...não me convence.
1.2. Aparentemente, o colégio (todo ele muito cliché, também) tem tradição. Tudo bem, então bastava que fizessem desse um dos problemas sociais da história. Mas optar por perpetuar o bullying através das personagens principais...a sério?
1.3. Noah, tu és homem e és oh, tão sexy, oh, tão maravilhoso, por isso, tu podes fazer o que quiseres e ninguém te vai odiar. Continuas a ser o herói. Ahahahahahahahahahahahahaha, não. Aliás, é este um dos motivos pelos quais não posso aprová-lo completamente.
2. Demasiados pontos soltos. Nem foi o fim a aborrecer-me, por acaso.
3. Tantos caminhos possíveis e no entanto o caminho que o final resolveu tomar não me agradou. A Mara é especial, já compreendemos...era engraçado se o Noah fosse feito para ela, mesmo que ele não fosse feito para ela.
Estou um bocado cansada da fórmula dos soulmates. Eu até sou lamechas e gosto de ler sobre aqueles romances que resistem à passagem do tempo, mas a verdade é que as pessoas não encaixam totalmente umas nas outras e não há problema nisso. O que torna uma relação fantástica é saber dar a volta aos obstáculos e eu dou um bocado mais valor a quem é compreensivo, mesmo que não entenda tudo o que se passa com a outra pessoa.
Acho que é tudo e mesmo assim isto já me fez reconsiderar alterar o quatro. Mas não.
Ideias-que-não-sei-onde-colocar e possível conclusão:
Eu olho para a capa e eu quero chorar. É a capa mais bonita que já vi na vida. O título é compelativo. A tagline Who is Mara Dyer? é ouro. A fanart foi o que me convenceu a ler o livro, porque é absolutamente maravilhosa e a verdade é que esta trilogia dá para fazer muito, no que toca a esses campos. O mistério, a aura esquisita, a sinopse, a publicidade...não sei, sinto que fizeram um óptimo trabalho a promover Mara Dyer e que a ideia base é extremamente divertida.
A Michelle gosta de RL Stine! Yey!
The Unbecoming of Mara Dyer lê-se rápido e tem aquela particularidade fantástica de prender o leitor. Also, é possível experimentar-se breves sinais de loucura, quando involuntariamente afastado da obra.
Para finalizar, recomendo a quem gosta de cenários mais dark, de cliffhangers e de temas do género. Se não fosse pelos clichés e, principalmente, pelo slut shaming, era um cinco.
Eu disse que ia escrever uma review pequena e eu acreditava mesmo nisto, mas basicamente nunca faço o que digo. É a história da minha vida.
Classificação:
4 out of 5 stars
Sinopse:
(...) Três jovens universitárias partilham um pensionato de freiras na cidade de São Paulo, nos finais da década de 1960, quando a ditadura militar se impunha na sociedade brasileira. Lorena estuda Direito para seguir carreira; Lia desistiu do curso de Ciências Sociais para fazer a revolução; Ana Clara droga-se, frequenta um psicanalista e pretende juntar-se com um velho rico. Um universo ficcional onde Lygia Fagundes Telles cria realidades complexas, onde instaura um novo realismo e tece um painel satírico da época de 60. Privilegiado é o leitor: assiste à riqueza presente na diversidade de recursos narrativos que Lygia utiliza e deixa-se envolver pelo poder imagético que o enredo cria. Um livro complexo, inquietante, que traduz o domínio perfeito da técnica e expõe de uma forma profunda a essência da condição humana num exercício de escrita brilhante.
(Mini) Review:
Adorei, adorei, adorei. Três personagens diferentes, três estilos de escrita, acesso a três mentes diferentes. Gostei mesmo muito. Não tinha grande plot, é verdade e é um defeito. No entanto, a maneira de escrever da autora é cativante - frenética, corrida, um quotidiano que, de tão rico, fica quase palpável. Acho que queria dizer mais qualquer coisa, mas esqueci-me. Pronto, leiam. Bendita seja a Presença.