Mara Dyer once believed she could run from her past. She can’t.
She used to think her problems were all in her head. They aren’t.
She couldn’t imagine that after everything she’s been through, the boy she loves would still be keeping secrets. She’s wrong.
Review:
Como é que começo isto? Primeiro, não devia começar porque é uma e tal da manhã e eu preciso de dormir. Mas não consigo.
Não vai ser uma review composta porque não tenho grande coisa a apontar e também não tenho cabeça ou tempo. Começo por dizer que dei o ranking completo a este, pois o slut shaming desapareceu (yey!) e isso foi o que me incomodou mais no volume anterior.
O que me pareceu mal neste? O mistério continuou a seguir grande parte da plot e, por mais que tenha sido esse factor a compelir-me a ler, acho que por vezes se tornou demasiado denso. O ritmo da história arrastou-se talvez desnecessariamente e sinto que devia ter havido mais respostas às perguntas do leitor. É por esse motivo que Mara Dyernão é uma trilogia recomendada ao leitor que não goste de sentir-se frustrado.
A linha de seguimento da história podia ter sido mais rápida e mais limpa, definitivamente. No entanto, penso que de certa forma este livro foi melhor que o primeiro. Tenho pena de estar a afastar-se das ideias que eu tive inicialmente e a transformar-se noutro tipo de sobrenatural (?)...está a entrar por áreas muito surreais e isso não importaria muito se não implicasse ridicularizar um pouco o real.
Vamos só dizer que me habituei à habilidade do Noah, mas não estava à espera do desfecho e ainda não estou certa se gostei. Quem sabe se essa não será uma marca comum das obras, uma simples "assinatura" da autora?
Para decidir se considero este o caminho certo ou não, vou precisar de ler o terceiro livro e de encontrar respostas nele. Muito honestamente, ou o terceiro livro é um pouco mais esclarecedor ou desisto da Michelle. Não me interpretem mal: estou a achá-la original, atrevida e uma vencedora, tendo em conta que começou agora a escrever, mas uma trilogia tão torcida tem de acabar um pouco mais claramente para nossa satisfação.
É, eu por esta altura já me acostumei mesmo ao Noah. Não chorei por ele e não estou particularmente apaixonada, mas é uma personagem interessante e acho que a dinâmica Mara/Noah (ou deverei dizer MADNESS?) é óptima.
Quanto à Mara, também fico realizada por poder apegar-me mais a ela e, realmente, é a minha personagem favorita. Não é uma protagonista completa, mas as particularidades da plot tornam-na cativante.
As personagens secundárias souberam-me a muito pouco, muito cruas e pouco desenvolvidas. Foram criadas como plot devices, claramente, e a distinção entre elas é feita quase a preto e branco - personagens maléficas (e que devem morrer), personagens heróicas (que merecem, por isso, a salvação); considero, contudo, que isto se notou mais nas supostas antagonistas. O mundo é cinzento, quero diversidade e, da próxima, também quero personagens multi-dimensionais.
A cena da invasão do gabinete podia ter sido mais bem conseguida se eles se despachassem, parassem de arriscar e deixassem o convívio para mais tarde. Não sei, acho que as prioridades pareceram ligeiramente trocadas nessa cena em particular.
Não desiludiu! Teve sangue, loucura, mistério, romance, creepiness e o prólogo era interessante, bem como a última frase - fantástica, a minha citação favorita até agora.
Tem erros, mas perdoo-os devido à inexperiência da autora. Ainda assim, está muito bem conseguido e é sempre bom que se pisem riscos no início. Espero que a Michelle aprenda com as falhas e continue uma longa carreira, sempre a evoluir, porque acredito que as ideias dela podem vingar.
É uma trilogia interessante e eu recomendo a toda a gente.
Classificação:
5 out of 5 stars
Sinopse:
Mara Dyer doesn’t think life can get any stranger than waking up in a hospital with no memory of how she got there. It can.
She believes there must be more to the accident she can’t remember that killed her friends and left her mysteriously unharmed. There is.
She doesn’t believe that after everything she’s been through, she can fall in love. She’s wrong.
Review:
Resolvi que devo escrever uma review, ainda que pequena. Sou demasiado preguiçosa para organizar algo com pés e cabeça, se não for para o NetGalley, então cá vai:
Vou começar com as personagens. A minha favorita é a Mara, foi ela que me fez querer pegar no livro e foi ela que me fez continuar a lê-lo.
A Mara Dyer (pseudónimo requerido pelo advogado, embora nós não fiquemos a saber o porquê) sobreviveu à derrocada de um asilo abandonado. O namorado, a cunhada e a melhor amiga não. Três dias depois, ela acorda de um coma e está tudo virado de cabeça para baixo. Ao longo da história, nós somos confrontados com duas opções a) Mara é louca ou b) Mara está a ser assombrada.
Não há um grande desenvolvimento da personagem, para ser sincera. No entanto, a narração é feita na primeira pessoa e o livro tem um teor bastante misterioso, o que acho que pode ter contribuído para isso.
Anyway, acho bastante divertido lidar com este tipo de protagonista. Um narrador unreliable é o meu tipo favorito de narrador, fim. Gosto da Mara porque posso estar sempre a saltar da cabeça de uma adolescente sã para a cabeça de uma adolescente psicótica, nunca se sabe.
Ou então, gosto dela porque sim. Paciência, é a vida.
Depois, temos Noah Shaw, o interesse romântico. Teve momentos em que gostei dele, mas honestamente passava bem se não houvesse nenhum interesse romântico no Unbecoming.
Aliás, wow, que personagem principal tão mais interessante que poderíamos ter se não existisse romance ou se o romance tivesse um papel menos proeminente na narrativa! Estou a ter tantas ideias, a Michelle devia ouvir-me.
Noah é um mulherengo, arrogante, podre de rico e que tira notas máximas a tudo, embora a atenção às aulas seja nula. Ahah.
Ele tem duas caras, isso é verdade. Há uma dualidade de carácter e não acho que esteja tão pouco desenvolvido quanto já ouvi dizer. O problema do Noah é que uma das caras é demasiado perfeita e ofusca qualquer traço de realismo que ele possa ter.
É uma personagem muito exagerada, muito idealizada. Há gente arrogante no mundo real, não é isso que me incomoda e a actividade sexual dele não me assusta, só não acho que fosse necessário dar-lhe tantos atributos ao mesmo tempo. De vez em quando, eu pergunto-me se a Mara não estará realmente louca e ele não fará parte do imaginário dela. Eu sei que não encaixaria exactamente na plot, mas era mais credível do que o órfão rico, mimado, arrogante, mas tímido e apaixonado, doce, génio aborrecido, etc...
Com isto, não quer dizer que não o suporte. Na verdade, adoro as cenas entre os dois e reconheço que eles têm química, mas a loucura das fãs passa-me um bocado ao lado.
O segredo dele fez-me torcer um bocadinho o nariz, primeiro porque a descrição me pareceu familiar e depois porque eu preferia que a autora não tivesse ido por ali.
Quanto às restantes personagens, eu gosto delas como gosto daquela minha colega de curso que vejo uma vez por semana, mas parece sempre muito simpática. Elas são minhas conhecidas, mas não chegam a ser minhas amigas ou inimigas. Não há desenvolvimento suficiente para conhecê-las e algumas são bastante...básicas?
Vamos à história, agora:
Apesar das personagens terem as suas falhas e a escrita não ser nada por aí além, apesar das falhas e das escolhas mais óbvias, The Unbecoming of Mara Dyer tem uma das melhores estruturas que já li. E quando digo "melhor", refiro-me à que mais me entretém e não exactamente à mais brilhantemente executada.
O livro deu-me aquilo que eu queria. Eu queria ler sobre asilos em ruínas, espíritos e a questão da sobrenaturalidade ou falta de sanidade mental. A razão de ter ficado tão fã da estrutura foi exactamente a sua morbidez e eu acho realmente que é isso que concede originalidade à obra.
Claro que também houve partes que não apreciei, caso contrário isto seria um 5 e não um 4.
1. O Slut Shaming - Seriously, este livro está cheio de slut shame and, well, it's a shame.
Repitam comigo: O valor de cada pessoa não está minimamente relacionado com a sua experiência sexual (ou falta de);
O facto de uma rapariga nunca ter feito sexo (não vamos falar em virgindade, porque virgindade não passa de um conceito e eu não falo de coisas que não existem) não a torna automaticamente numa santa e o facto de uma rapariga gostar de fazer sexo não a torna uma vilã. Sexo é bom, é natural e toda a gente merece respeito, independentemente de praticá-lo ou não;
Catalogar a lista de parceiros sexuais de alguém não é uma "boca bem mandada", é um acto de mesquinhez e demonstra falta de maturidade - sim, personagem X, estou a olhar para ti e nota que eu até ia com a tua cara.
1.1. Novamente, a ideia de "sou inexperiente, vou espalhar a palavra de Deus" e "sou experiente, vou fazer campanha pelo senhor do submundo" é errada e demonstra preguiça! A Anna é a rainha do cliché, óbvio, mas isso podia passar na revisão se o slut shaming não fosse um instrumento para fazer a personagem dela parecer mais vil. Não quero saber com quantos dormiu, se lhe apetece ser maléfica, eu vou odiá-la à conta das suas acções. E, hm, o Noah não a quis então ela virou a Cruella...não me convence.
1.2. Aparentemente, o colégio (todo ele muito cliché, também) tem tradição. Tudo bem, então bastava que fizessem desse um dos problemas sociais da história. Mas optar por perpetuar o bullying através das personagens principais...a sério?
1.3. Noah, tu és homem e és oh, tão sexy, oh, tão maravilhoso, por isso, tu podes fazer o que quiseres e ninguém te vai odiar. Continuas a ser o herói. Ahahahahahahahahahahahahaha, não. Aliás, é este um dos motivos pelos quais não posso aprová-lo completamente.
2. Demasiados pontos soltos. Nem foi o fim a aborrecer-me, por acaso.
3. Tantos caminhos possíveis e no entanto o caminho que o final resolveu tomar não me agradou. A Mara é especial, já compreendemos...era engraçado se o Noah fosse feito para ela, mesmo que ele não fosse feito para ela.
Estou um bocado cansada da fórmula dos soulmates. Eu até sou lamechas e gosto de ler sobre aqueles romances que resistem à passagem do tempo, mas a verdade é que as pessoas não encaixam totalmente umas nas outras e não há problema nisso. O que torna uma relação fantástica é saber dar a volta aos obstáculos e eu dou um bocado mais valor a quem é compreensivo, mesmo que não entenda tudo o que se passa com a outra pessoa.
Acho que é tudo e mesmo assim isto já me fez reconsiderar alterar o quatro. Mas não.
Ideias-que-não-sei-onde-colocar e possível conclusão:
Eu olho para a capa e eu quero chorar. É a capa mais bonita que já vi na vida. O título é compelativo. A tagline Who is Mara Dyer? é ouro. A fanart foi o que me convenceu a ler o livro, porque é absolutamente maravilhosa e a verdade é que esta trilogia dá para fazer muito, no que toca a esses campos. O mistério, a aura esquisita, a sinopse, a publicidade...não sei, sinto que fizeram um óptimo trabalho a promover Mara Dyer e que a ideia base é extremamente divertida.
A Michelle gosta de RL Stine! Yey!
The Unbecoming of Mara Dyer lê-se rápido e tem aquela particularidade fantástica de prender o leitor. Also, é possível experimentar-se breves sinais de loucura, quando involuntariamente afastado da obra.
Para finalizar, recomendo a quem gosta de cenários mais dark, de cliffhangers e de temas do género. Se não fosse pelos clichés e, principalmente, pelo slut shaming, era um cinco.
Eu disse que ia escrever uma review pequena e eu acreditava mesmo nisto, mas basicamente nunca faço o que digo. É a história da minha vida.