Lembro-me do exame de inglês que fiz no meu décimo segundo ano. Devo ter tropeçado num dos grupos, porque a nota de 14 comparada ao 19 que tinha à disciplina deixou-me desapontada...ainda assim, gostei da temática. O texto (e a composição) falava sobre o problema da iliteracia e eu recordo-me de lê-lo com interesse.
Agora, li esta notícia e lembrei-me outra vez do exame. É curioso pensar que posso ter interpretado mal algumas das perguntas, quando o tema principal era o facto de muita gente saber ler e não saber interpretar. Também foi a altura em que menos livros li e recordo-me perfeitamente de como as notas baixaram ou daquela conversa com a professora de psicologia que me disse que não ler, nem estudar ia acabar por prejudicar o meu desempenho escrito.
Só sei que quando for mãe, vou encher a casa de livros como forma de investimento no futuro dos meus filhos. Pode ser que assim tirem todos um 19.
(e os restantes da colecção)
Vou participar no booktubeathon de 2014 (um pouco atrasada)! Como eu não faço parte da comunidade do booktube (infelizmente), vou utilizar o blog para mostrar o meu progresso e completar os desafios.
TBR:
Um livro com imagens - Kodomo no Omocha vol. 1 da Miho Obana
Começar e terminar uma saga - Kodomo no Omocha da Miho Obana (posso ser uma sonhadora, but I'm not the only one)
Um livro com vermelho na capa - Norwegian Wood do Haruki Murakami (podia responder o mesmo que em cima, mas eu quero tanto ler este)
Um livro escolhido por outra pessoa - Anna and the French Kiss da Stephanie Perkins
Um livro do género que menos li este ano - Contemporary (mentira, mas não digam a ninguém) - Anna and the French Kiss da Stephenie Perkins
Um livro que tenha sido adaptado para filme - Norwegian Wood do Haruki Murakami
Ler sete livros - Kodocha já cobre o assunto
Juntem-se a mim, vai ser uma aventura!
Algumas das capas mais bonitas que encontrei em sagas.
O mês de Junho foi um fracasso. Dos livros que me propus a ler, só consegui terminar Spirit Bound e começar Last Sacrifice.
Usei a minha book jar pela primeira vez! Saiu-me Glitch da Brenda Pandos (na verdade, eu fui tirando até sair um da Netgalley porque é a prioridade).
É isso, xauzito.
Quem acompanhar as minhas críticas literárias, já deve ter-se deparado com algumas escritas na língua inglesa (e peço perdão pelos erros), a mencionar este site.
O Netgalley oferece ebooks publicados recentemente ou, na maioria dos casos, que ainda não estão no mercado. As cópias avançadas de leitura servem para conseguir críticas e divulgação, antes da obra ser publicada. Tudo o que nos pedem é que sejamos sinceros nas nossas reviews.
Este programa aceita desde bibliotecários a simples bloggers, o que significa que abrange um leque extenso de candidatos à leitura. Profissionais e não profissionais podem ter acesso a livros primeiro do que toda a gente, contando que tentem sempre fazer a crítica antes do livro ser arquivado (não dá para tornar a fazer o download e ele é removido do site), que não acumulem muitos livros sem ler e que tentem promover os títulos ao máximo.
De vez em quando, recebemos um mail que recusa este ou aquele pedido, porque estamos fora das regiões preferidas, porque o nosso perfil não agrada ao editor ou apenas porque o stock esgotou.
Já pensei em desistir uma ou duas vezes, mas acabo sempre por voltar lá. Para quem quiser inscrever-se, aconselho precaução no número de livros que pedem de uma só vez, empenho, pesquisa para saberem como aumentar as vossas chances de ser aceites e, claro, escolham títulos que parecem agradar os vossos gostos.
Deparo-me muitas vezes com a questão: e tu, preferes suporte físico ou digital? Algumas dessas vezes, noto uma certa pré-disposição para o suporte físico e uma desconsideração arrogante pelo digital. Talvez esse facto esteja relacionado com o que falei há uns posts atrás - o carácter snob de alguns leitores.
Confesso que, primeiramente, torcia o nariz aos ebooks...o prazer de ter um livro na mão é incomparável e dá sempre uma certa elegância (na minha opinião). Neste momento, não consigo dar preferência a nenhum dos dois, porque reconheço os prós e contras de ambos. Penso que, hoje em dia, é essencial a presença das duas opções e prevejo que, no futuro, será muito mais comum encontrar um livro em suporte digital que físico.
Ora, os motivos que me levaram a mudar a opinião e a começar a apreciar ler digitalmente são simples. A principal causa foi começar a ler mais, recentemente.
Sempre li muito, é verdade. Quando era mais nova lia um livro por dia e ganhava quase sempre prémios na biblioteca escolar. Depois, surgiu o computador, troquei de escola, mudaram-se os hábitos e o espírito...infelizmente, deixei de ler com tanta regularidade e este mau vício manteve-se até entrar na faculdade e redescobrir o prazer pela leitura. Com isto, não quero dizer que tenha parado totalmente de ler - não houve na minha vida período em que o fizesse ou sequer considerasse fazer.
A realidade é que a preguiça ganha muito terreno, à medida que crescemos. Sem uma biblioteca por perto, não penso muitas vezes em requisitar livros. No secundário não lia, pois as pessoas com quem me relacionava também não o faziam e eu não queria dar nas vistas. Perdi contacto com as bibliotecas em carrinha, mas espero retomá-lo em breve.
Descobri o booktube, empenhei-me a sério na escrita e decidi dar um giro na direcção do progresso. Então, voltei-me para o computador que, inicialmente, me afastara das letras e procurei livros.
Ler online não é fácil. A luz do ecrã inomoda os olhos, raramente encontro as obras na minha língua e é sempre diferente de poder folhear. No entanto, dei a volta à coisa, instalei o f.lux, começei a procurar mais avidamente e habituei-me. É uma óptima forma para treinar o Inglês que, por acaso, é a língua que estudo. Tenho acesso a sagas completas e a livros que não são traduzidos ou vendidos no meu país.
Planeio comprar um Kindle, mas por enquanto, a internet tem aberto as portas para a leitura. Os mangas foram outro dos motivos a levar-me a ler online, porque raramente os encontro e são quase sempre muito caros.
Há causas mais óbvias para dar atenção aos livros em suporte digital. É bastante mais cómodo ler "calhamaços" quando não temos de levar o calhamaço atrás de nós. Pega-se no aparelho, leva-se para debaixo dos lençóis, bebe-se um café na esplanada sem ter de se folhear, a luz adapta-se para não magoar a vista e parece mesmo que estamos a ler de uma folha. Se for na internet, podemos fazer pausas para navegar e continuar a ouvir música enquanto lemos.
Não vou mentir, comprar um livro numa livraria é mil vezes mais satisfatório do que comprar um pela net. Estantes são o elemento de decoração mais bonito que existe. Ordenar os livros como queremos, fazer book jars, exibi-los, emprestá-los, cheirá-los, folheá-los...ah! É uma experiência mais íntima, remete-nos aos tempos nostálgicos em que a era digital não era tão óbvia. E as capas! Adoro capas. Adoro poder gastar dinheiro em volumes e volumes. Adoro estar num espaço público e reconhecer um parceiro de crime, pois ambos seguramos o nosso livrinho de bolso nas mãos.
Não tenho possibilidade de saber o que a outra pessoa está a ler se ela estiver a usar um Ereader. Contudo, se ela preferir a maneira antiga, quem sabe se não vai permitir-me fazer conversa? Podemos ter gostos iguais.
É surpreendentemente refrescante encontrar outro aluno que esconde o livro nas mesas do auditório. Peço perdão aos professores, respeito totalmente a vossa profissão, mas tenho um problema e preciso de satisfazê-lo. Gera-se um certo tipo de cumplicidade quando o outro aluno está a ler algo que já lemos ou que desejamos ler e dá um tópico de conversa quando o livro é algo mais controverso.
Resumindo, leio em suporte físico quando tenho espaço, tempo e disponibilidade, ou quando quero tirar o pó das prateleiras. Se é para gastar dinheiro, vou gastá-lo em papel real.
Leio em suporte digital quando não tenho outro tipo de acesso à obra, quando quero um pouco mais de mobilidade, porque é mais discreto, ou porque quero manter-me no meu próprio canto. É mais íntimo.
Pressuponho que com o passar dos anos, mais e mais pessoas leiam ebooks, simplesmente pela evolução fantástica da tecnologia. Tudo evolui e, para aqueles que defendem que este não é um progresso, tenho a dizer que discordo! A internet e a tecnologia vieram facilitar o acesso aos livros, o que é maravilhoso.
Ler no papel, ler no ecrã...no fundo, a única coisa que importa é que leiam.