O mês de Junho foi um fracasso. Dos livros que me propus a ler, só consegui terminar Spirit Bound e começar Last Sacrifice.
Usei a minha book jar pela primeira vez! Saiu-me Glitch da Brenda Pandos (na verdade, eu fui tirando até sair um da Netgalley porque é a prioridade).
É isso, xauzito.
Comecei a escrever em fóruns de RPG há uns aninhos (não sei bem quantos) e ainda não me cansei. Como tenho consciência que a maioria das pessoas não sabe do que se trata, vou explicar brevemente o conceito e, depois, partirei para a minha experiência pessoal.
Fóruns de RPG são fóruns online (a sério, Aurora?) onde cada participante cria personagens com uma ficha completa, representados por caras famosas e, depois, interage com os restantes.
Já frequentei RPGs básicos e médio-avançados, mas dou preferência aos últimos.
Um RPG básico não requere tanto aprofundamento das personagens, por isso, as fichas de informação das mesmas costumam ser mais pequenas. Geralmente, o player só dá o nome do representante, uma breve descrição física, uma breve descrição psicológica e o resumo da história da personagem.
Os RPG são temáticos. Frequentemente, os básicos têm como tema a vida num colégio, escola de artes, cidade e afins.
O fórum está dividido em secções. Por exemplo, se a história se passa numa escola, vamos encontrar a cantina, as salas de aulas e por aí a fora. Nessas secções é que vamos postar com as personagens.
Os posts costumam ser reduzidos em linhas e não há acordo prévio entre os players sobre a acção (ou se há, é reduzido). A minha personagem descreve o seu trajecto até ao local, fala sobre como se sente nesse dia ou algo do género e dirige um olá à outra, imaginemos. A personagem do outro sujeito deve retorquir à minha como quiser.
Pelo contrário, um RPG avançado tem regras mais firmes.
As fichas de personagem podem ser adaptadas de acordo com a temática. Por exemplo, num fórum de Harry Potter, a ficha vai pedir o patronus. Também há limites mínimos de linhas, de forma a que a personagem tenha uma explicação completa.
Aqui, a postagem funciona em forma de RPs. Um RP é um episódio, onde se narra a acção entre as personagens e é previamente combinado. Eu e o player X vamos ali ao Skype e combinamos o que queremos que aconteça, depois, combinamos as falas dos personagens e, por fim, cada um de nós posta no RP com a perspectiva da própria personagem.
Os RPs têm número mínimo de palavras e somos encorajados a escrever sempre mais e melhor.
A história dentro dos RPG funciona de acordo com um determinado período de tempo. Nos básicos, há muita vez a indicação do dia, do mês e do ano; nos avançados, cada mês corresponde a vários meses no mundo real, mas não há a indicação de dia. Assim sendo, só sabemos que as acções ocorreram dentro de determinado mês, mas alguns rps podem ser mais no início do mesmo ou no fim.
O sistema do tempo é uma mais-valia, pois permite que tenhamos margem para desenvolver as plots que combinamos entre as personagens e também para a vida real.
Isto parece difícil, mas eu juro que não é!
Há algumas regras básicas. Deve haver respeito entre os players; não se permite apologia à violência ou preconceito; os players devem postar activamente e, sempre que se inicia um novo mês no site, fazem-me activity checks - os activity checks funcionam, geralmente, com rps abertos (onde toda a gente pode postar) e cada personagem deve postar, pelo menos, num deles; alguns fóruns têm número limite de personagens por player, outros só deixam criar uma quando as anteriores já foram todas "estreadas"; os representantes devem ser sempre famosos, não se permitem fotos pessoais.
Prós:
♦ São meios de melhorar a escrita. No meu caso, posso assegurar que tiveram um papel importante.
♦ Ultrapassam as fanfictions em termos de entretenimento, porque promovem o trabalho em conjunto. Embora também existam fanfics escritas por mais que um autor, raramente chegam ao número de players presentes num rpg. Honestamente, nunca imaginei que escrever com várias pessoas pudesse ser tão divertido.
♦ Ajudam a perder a vergonha. Num RPG estamos todos no mesmo nível, as nossas personagens são apresentadas da mesma forma, escrevemos juntos e lemos os trabalhos uns dos outros, portanto, não há espaço para receios. Além disso, há uma grande probabilidade dos players só nos conhecerem dentro do fórum, por isso, é mais fácil deixar a inibição de lado.
♦ Contando que ninguém forneça dados pessoais, é um ambiente seguro. Interagimos quase sempre em personagem, não é necessário partilharmos muito da nossa vida com excepção do email para contacto.
♦ Se calhar, vou contrariar um pouco o ponto acima, mas os fóruns também servem para fazer amigos. Tal como nos blogs, de vez em quando travamos conhecimento com um estranho e acabamos por formar amizades.
Contras:
♦ Consomem tempo e dedicação. Pessoalmente, os RPGs nunca me impediram de fazer nada fora do ecrã, mas é preciso que os players se dediquem às suas personagens e que tirem um bocadinho para, de vez em quando, postar. Não se assustem, toda a gente consegue tirar umas horas por semana para escrever.
♦ Alguns players têm mais olhos que barriga e isso acaba por prejudicar as plots. Um player combina plots entre as suas personagens e dos outros, mas depois desaparece, demora demasiado tempo a responder aos RPs ou cria personagens a mais e não dá conta do recado - é um problema, nao é?
♦ Às vezes, os RPGs ficam inactivos. Personagens desperdiçadas, players desmotivados...enfim, podem imaginar que não é muito agradável.
Talvez esteja biased e não devesse avaliar este tópico. Como podem ver, a minha lista de contras é bem menor que a de prós! Contudo, posso garantir que estas são as minhas opiniões sinceras.
Já tive problemas dentro de um RPG? Já. Foram suficientes para fazer-me ver os fóruns com outros olhos? Nem por isso.
Promovemos relações de cordialidade entre os players, de forma a que seja fácil escrevermos uns com os outros. Podem imaginar que uma zanga dentro dos fóruns afecta muita coisa.
Há também o tipo de participante que só escreve dentro de um grupo restrito e não interage com os novos players ou com os players que conhece menos bem. Felizmente, isto é raro e só senti que estava "excluída" de determinado grupo num ou dois fóruns.
Aconteceu ficar meses à espera da resposta a um RP e também já me deparei com aquele tipo de escritor que não tem grande amor pelas personagens, pois deixa-as inactivas ou cria mais do que deve.
À parte disto, não tenho um percurso muito perturbado no mundo dos RPG.
Não tenho qualquer tipo de experiência em RPGs ingleses, mas há vários. Também há no Tumblr, mas nunca participei em nenhum. Há, inclusive, Tumblrs de ajuda para RPG como este.
Existem fóruns gráficos que fazem avatares, signs (a imagem que aparece por baixo dos posts da personagem), skins para os fóruns e design em geral. Também é lá que vamos buscar os Templates para aplicar nos RPs avançados. Eu costumo usar este e este.
Exemplos de alguns dos conceitos inerentes aos RPGs:
♦ RPG básico. Este é brasileiro, porque eu não conheço nenhum português que continue activo. Não sei se são todos os RPG brasileiros, mas até agora os que encontrei funcionam sempre por sistema básico.
♦ RPG avançado. INSCREVAM-SE PORQUE EU ANDO LÁ COM A RITZ E ESTAMOS SUPER SOZINHAS, MAS AMAMOS MUITO O FÓRUM. Depois faço um post a plublicitar em condições.
♦ RPs básicos. Foi há três anos, não julguem a minha (falta de) qualidade. Não vou colocar o post da outra personagem, porque não me pertence, mas já deve dar para perceber a ideia.
O post acabou por ficar maior do que eu gostaria, mas não consigo resumir mais. Estava sempre a lembrar-me de informações para acrescentar e, ainda assim, sinto que faltou dizer muito.
Gostaria imenso que alguns de vós se juntassem a este mundo, sejam já velhos conhecidos que acabaram por sair ou players novos. Qualquer dúvida, contactem-me a mim ou à Rita que nós não nos importamos de explicar.
Actualmente estou apenas envolvida num, mas se souberem de RPGs diferentes é favor dizerem-me. A verdade é que perdi contacto com vários players e não sei de fóruns novos ou activos.
Sinopse:
Fifty years ago The Commander came into power and murdered all who opposed him. In his warped mind, the seven deadly sins were the downfall of society.
To punish the guilty, he created the Hole, a place where sinners are branded according to their sins. Sinners are forced to live a less than human existence in deplorable conditions, under the watchful eye of guards who are ready to kill anyone who steps out of line.
Now, LUST wraps around my neck like thick, blue fingers, threatening to choke the life out of me. I’ve been accused of a crime I didn’t commit, and the Hole is my new home.
Constant darkness.
Brutal and savage violence.
Excruciating pain.
Every day is a fight for survival.
But I won’t let them win. I will not die in the Hole.
I am more than my brand. I’m a fighter. My name is Lexi Hamilton, and this is my story.
Review:
Thanks to Netgalley for providing me with an advance reader copy in exchange of an honest review.
I am...conflicted. In part, I liked this book but there were things so frustrating about the story! The general idea was good. I love dystopia and a society where people get branded with the seven deadly sins seems really original. However, the book could definitely use some more worldbuilding. I want to know about the world outside the Hole, how the judicial system could simply be replaced by an Inquisition in the modern times. I wanted to know more about the Hole too. This book could really use an editor. It has some major flaws, some parts of the dialogue made me roll my eyes and the characters lacked development. Also, I saw a lot of tell instead of show. Lexi was constantly crying or falling or getting herself in trouble only to be safe by Cole at the last minute. For god sake, she was so weak! And I didn't really got to see her growing as a character, because all she did was fall in insta-love and learn to fight all of a sudden. The characters were horribly flat. All of them. There was a dog in the book to provide comic relief (?). I don't know, man, this didn't feel real to me. So, I liked the concept of a world dominated by religious freaks. The Hole and this all situation reminded me of the Holocaust and that could really get me engaged with the story if only I could relate to any of the characters. This society was awful and enraging, the rebels were preparing themselves to die in order to save the rest; it had all the right ingredients to make me feel. And I did feel at some parts. I just think I could pass without the crappy romance and the crappy protagonists. I liked it, but it could be better. I can't recommend it, because there are wonderfully written dystopias out there and I would rather see everyone spending their time reading them.
Classificação:
3 out of 5 stars
Sinopse:
Dimitri gave Rose the ultimate choice. But she chose wrong...
After a long and heartbreaking journey to Dimitri's birthplace in Siberia, Rose Hathaway has finally returned to St. Vladimir's-and to her best friend, Lissa. It is nearly graduation, and the girls can't wait for their real lives beyond the Academy's iron gates to begin. But Rose's heart still aches for Dimitri, and she knows he's out there, somewhere.
She failed to kill him when she had the chance. And now her worst fears are about to come true. Dimitri has tasted her blood, and now he is hunting her. And this time he won't rest until Rose joins him... forever.
Review:
Óptima continuação depois da desilusão que foi Blood Promise!
Este volume começa logo a um ritmo rápido e não guarda as emoções para as cenas finais.
A Lissa brilhou particularmente neste livro. A entrega dela, o perigo ao qual se submeteu pela Rose...foi bom ver os papéis trocados e, por esta altura, é-me impossível não sentir orgulho e admiração pela Lissa. A sua personalidade bondosa cria um bom balanço com a da Rose e é cativante.
Gostei do papel de Christian, por conta da cooperação entre ele e a Lissa. Foram ambos espantosos (ps.: I'll always be Team Christian).
Até agora, este foi o melhor da saga e dar-lhe-ia mesmo um quatro-vírgula-qualquer-coisa se o Goodreads deixasse. A Richelle tem uma maneira extraordinária de interligar eventos e manter o suspense. Todas as intrigas fizeram sentido para mim, a maneira de encaixar plot points uns com os outros foi irrepreensível.
Não gostei da cena mais íntima do livro. Ele irritou-me. Não vou entrar em muitos detalhes, mas gosto que o sexo seja retratado de forma responsável e a insistência dele não caiu bem.
Como disse no último livro, penso que a série vai tornando-se gradualmente mais obscura.
Muitas coisas mexeram comigo e, na verdade, isso é positivo.
Não estava nada à espera do final e estou ansiosa por saber como será a conclusão desta saga que, apesar de ter vários defeitos, não deixa de ser viciante.
Classificação:
4 out of 5 stars
Sinopse:
Rose Hathaway's life will never be the same.
The recent attack on St. Vladimir's Academy devastated the entire Moroi world. Many are dead. And, for the few victims carried off by Strigoi, their fates are even worse. A rare tattoo now adorns Rose's neck, a mark that says she's killed far too many Strigoi to count. But only one victim matters ... Dimitri Belikov. Rose must now choose one of two very different paths: honoring her life's vow to protect Lissa—her best friend and the last surviving Dragomir princess—or, dropping out of the Academy to strike out on her own and hunt down the man she loves. She'll have to go to the ends of the earth to find Dimitri and keep the promise he begged her to make. But the question is, when the time comes, will he want to be saved?
Now, with everything at stake—and worlds away from St. Vladimir's and her unguarded, vulnerable, and newly rebellious best friend—can Rose find the strength to destroy Dimitri? Or, will she sacrifice herself for a chance at eternal love?
Review:
Este volume da série Vampire Academy deixou muito a desejar. Depois do final intenso do volume anterior, eu estava com expectativas altas.
A verdade é que este livro teve camadas e camadas de tell, em vez de show. Senti que a autora tentou despejar demasiada informação e backstory ao mesmo tempo.
O ritmo lento não contribuiu muito para o meu nível de entusiasmo e fiquei desnorteada com a quantidade de personagens novas, a maior parte delas perfeitamente dispensável.
Certas partes do livro são definitivamente mais sombrias do que vi nos primeiros livros. A situação do cativeiro, em especial, custa bastante a digerir. E enquanto os sentimentos da Rose fazem sentido nalguns pontos, enfureceu-me que ela continuasse a hesitar constantemente e mesmo a perdoar os abusos que sofreu. Um bocadinho de Síndrome de Estocolmo?
O Dimitri strigoi irritou-me. Acho que tentou dar uma de Angelus, mas não conseguiu. Parte de mim vai sempre perguntar-se se não era melhor tê-lo simplesmente morto e, a menos que o destino dele faça muito sentido para o resto da história, manterei a opinião.
Ainda assim, nem tudo foi mau. A Lissa evoluiu enquanto personagem e a descoberta dos Alquimistas foi algo interessante.
Pontos extra para a luta final que foi, definitivamente, a situação mais interessante do livro.
Classificação:
3 out of 5 stars
Quem acompanhar as minhas críticas literárias, já deve ter-se deparado com algumas escritas na língua inglesa (e peço perdão pelos erros), a mencionar este site.
O Netgalley oferece ebooks publicados recentemente ou, na maioria dos casos, que ainda não estão no mercado. As cópias avançadas de leitura servem para conseguir críticas e divulgação, antes da obra ser publicada. Tudo o que nos pedem é que sejamos sinceros nas nossas reviews.
Este programa aceita desde bibliotecários a simples bloggers, o que significa que abrange um leque extenso de candidatos à leitura. Profissionais e não profissionais podem ter acesso a livros primeiro do que toda a gente, contando que tentem sempre fazer a crítica antes do livro ser arquivado (não dá para tornar a fazer o download e ele é removido do site), que não acumulem muitos livros sem ler e que tentem promover os títulos ao máximo.
De vez em quando, recebemos um mail que recusa este ou aquele pedido, porque estamos fora das regiões preferidas, porque o nosso perfil não agrada ao editor ou apenas porque o stock esgotou.
Já pensei em desistir uma ou duas vezes, mas acabo sempre por voltar lá. Para quem quiser inscrever-se, aconselho precaução no número de livros que pedem de uma só vez, empenho, pesquisa para saberem como aumentar as vossas chances de ser aceites e, claro, escolham títulos que parecem agradar os vossos gostos.
Devia ter explicado detalhadamente que raio é isto das book jars, mas eu sou preguiçosa.
Ora bem, uma book jar serve para guardar o título dos livros que estão na nossa TBR list (to be read, ou seja, os livros que pretendemos ler). É uma maneira engraçada de manter as leituras em ordem.
A minha é um copo, na verdade. Podemos decorá-las como quisermos, escrever os títulos em papelinhos coloridos, colar borboletas no vidro. O objectivo é tirar os papelinhos ao acaso e ler o título indicado, o que providencia uma forma entusiasmante de escolher em que livro pegar a seguir. Para quem tiver dificuldade em colocar as próximas leituras numa escada de prioridades, pode sempre usar este método para tirar à sorte.
Se procurarem no youtube, vão encontrar muita variedade. Sigam as instruções, tirem umas quantas dicas e poderão ter a vossa Book Jar!
Deparo-me muitas vezes com a questão: e tu, preferes suporte físico ou digital? Algumas dessas vezes, noto uma certa pré-disposição para o suporte físico e uma desconsideração arrogante pelo digital. Talvez esse facto esteja relacionado com o que falei há uns posts atrás - o carácter snob de alguns leitores.
Confesso que, primeiramente, torcia o nariz aos ebooks...o prazer de ter um livro na mão é incomparável e dá sempre uma certa elegância (na minha opinião). Neste momento, não consigo dar preferência a nenhum dos dois, porque reconheço os prós e contras de ambos. Penso que, hoje em dia, é essencial a presença das duas opções e prevejo que, no futuro, será muito mais comum encontrar um livro em suporte digital que físico.
Ora, os motivos que me levaram a mudar a opinião e a começar a apreciar ler digitalmente são simples. A principal causa foi começar a ler mais, recentemente.
Sempre li muito, é verdade. Quando era mais nova lia um livro por dia e ganhava quase sempre prémios na biblioteca escolar. Depois, surgiu o computador, troquei de escola, mudaram-se os hábitos e o espírito...infelizmente, deixei de ler com tanta regularidade e este mau vício manteve-se até entrar na faculdade e redescobrir o prazer pela leitura. Com isto, não quero dizer que tenha parado totalmente de ler - não houve na minha vida período em que o fizesse ou sequer considerasse fazer.
A realidade é que a preguiça ganha muito terreno, à medida que crescemos. Sem uma biblioteca por perto, não penso muitas vezes em requisitar livros. No secundário não lia, pois as pessoas com quem me relacionava também não o faziam e eu não queria dar nas vistas. Perdi contacto com as bibliotecas em carrinha, mas espero retomá-lo em breve.
Descobri o booktube, empenhei-me a sério na escrita e decidi dar um giro na direcção do progresso. Então, voltei-me para o computador que, inicialmente, me afastara das letras e procurei livros.
Ler online não é fácil. A luz do ecrã inomoda os olhos, raramente encontro as obras na minha língua e é sempre diferente de poder folhear. No entanto, dei a volta à coisa, instalei o f.lux, começei a procurar mais avidamente e habituei-me. É uma óptima forma para treinar o Inglês que, por acaso, é a língua que estudo. Tenho acesso a sagas completas e a livros que não são traduzidos ou vendidos no meu país.
Planeio comprar um Kindle, mas por enquanto, a internet tem aberto as portas para a leitura. Os mangas foram outro dos motivos a levar-me a ler online, porque raramente os encontro e são quase sempre muito caros.
Há causas mais óbvias para dar atenção aos livros em suporte digital. É bastante mais cómodo ler "calhamaços" quando não temos de levar o calhamaço atrás de nós. Pega-se no aparelho, leva-se para debaixo dos lençóis, bebe-se um café na esplanada sem ter de se folhear, a luz adapta-se para não magoar a vista e parece mesmo que estamos a ler de uma folha. Se for na internet, podemos fazer pausas para navegar e continuar a ouvir música enquanto lemos.
Não vou mentir, comprar um livro numa livraria é mil vezes mais satisfatório do que comprar um pela net. Estantes são o elemento de decoração mais bonito que existe. Ordenar os livros como queremos, fazer book jars, exibi-los, emprestá-los, cheirá-los, folheá-los...ah! É uma experiência mais íntima, remete-nos aos tempos nostálgicos em que a era digital não era tão óbvia. E as capas! Adoro capas. Adoro poder gastar dinheiro em volumes e volumes. Adoro estar num espaço público e reconhecer um parceiro de crime, pois ambos seguramos o nosso livrinho de bolso nas mãos.
Não tenho possibilidade de saber o que a outra pessoa está a ler se ela estiver a usar um Ereader. Contudo, se ela preferir a maneira antiga, quem sabe se não vai permitir-me fazer conversa? Podemos ter gostos iguais.
É surpreendentemente refrescante encontrar outro aluno que esconde o livro nas mesas do auditório. Peço perdão aos professores, respeito totalmente a vossa profissão, mas tenho um problema e preciso de satisfazê-lo. Gera-se um certo tipo de cumplicidade quando o outro aluno está a ler algo que já lemos ou que desejamos ler e dá um tópico de conversa quando o livro é algo mais controverso.
Resumindo, leio em suporte físico quando tenho espaço, tempo e disponibilidade, ou quando quero tirar o pó das prateleiras. Se é para gastar dinheiro, vou gastá-lo em papel real.
Leio em suporte digital quando não tenho outro tipo de acesso à obra, quando quero um pouco mais de mobilidade, porque é mais discreto, ou porque quero manter-me no meu próprio canto. É mais íntimo.
Pressuponho que com o passar dos anos, mais e mais pessoas leiam ebooks, simplesmente pela evolução fantástica da tecnologia. Tudo evolui e, para aqueles que defendem que este não é um progresso, tenho a dizer que discordo! A internet e a tecnologia vieram facilitar o acesso aos livros, o que é maravilhoso.
Ler no papel, ler no ecrã...no fundo, a única coisa que importa é que leiam.
O meu computador vai amanhã para arranjo. Está assim desde Sexta-Feira, daí a ausência que não sei até quando se estenderá.
A única parte positiva é que ando a ler muito. Prometo trazer reviews e, quiçá, posts mais variados quando voltar.
Já agora, obrigada ao sapinho pelo destaque que foi o primeiro desde que cá ando (e olhem que já cá ando há alguns anos, a saltar de conta em conta). Estava com muito medo quando postei o texto, porque textos de opinião assustam-me. Mas talvez mude o hábito e comece a expressar-me mais vezes.